Senador aproveitou a reunião com parlamentares latino-americanos para pedir união de esforços pela reativação do Parlamento Amazônico
O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, senador Nelsinho Trad (PSD/MS) representou o Congresso Nacional brasileiro, nesta sexta-feira (03), em reunião promovida pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó. O encontro online tinha por objetivo reunir os presidentes de parlamentos da América Latina para debater sobre a democracia. Além de defender a realização de eleições livres e o pleno retorno à democracia no país, o senador Nelsinho aproveitou a oportunidade para retomar as tratativas sobre a reativação do Parlamento Amazônico.
“Como membros do Grupo de Lima, composto pelos governos da Bolívia, do Brasil, do Canadá, do Chile, da Colômbia, da Costa Rica, da Guatemala, de Honduras, do Panamá, do Peru e da Venezuela, reiterei o apoio do Congresso Brasileiro aos esforços realizados sob a liderança de Juan Guaidó para buscar uma solução pacífica, conduzida pelos próprios venezuelanos, para restaurar a democracia e a ordem constitucional a Venezuela”, afirmou o senador Nelsinho.
Após manifestar seu apoio, o senador aproveitou para pedir a união dos parlamentares presentes na reunião para a reativação do Parlamento Amazônico, cujo processo ficou paralisado por conta da pandemia do coronavírus. “É importante discutir de forma clara e transparente e mostrar para o mundo a realidade do que está acontecendo na Amazônia. Me incomoda muito essa percepção dos países europeus, sem consultar os países da região, de que os brasileiros não preservam o território amazônico. Meu trabalho pela reativação do Parlamento Amazônico estava em andamento, mas tivemos que cancelar as reuniões por conta da pandemia. É um tema de extrema importância e precisamos retomar os debates e ações”, explicou.
Participaram da reunião o presidente dos congressos do Paraguai, Oscar Salomón; Equador, César Litardo; Colômbia, Lidio García Turbay; Guatemala, Allan Rodríguez; presidente da Câmara de Deputados do Chile, Diego Paulsen; presidente do Parlasul, Tomás Bittar; presidente de União Interparlamentar, Gabriela Cuevas; vice-presidente da Câmara de Deputados da Argentina, Alvaro González; presidente da Parlamericas, Elizabeth Cabezas; presidente do Grupo Latino-americano de União Interparlamentar, Blas Llanos; e o presidente da Câmara de Representantes de Colômbia, Carlos Cuenca.
No dia 20 de fevereiro deste ano o senador Nelsinho Trad havia entregado ofício à secretária geral do Conselho da Organização do Tratado da Cooperação Amazônica, Maria Alexandra Moreira Lopez, para reativar o Parlamento Amazônico (Parlamaz). A reunião com representantes dos oito países que detém a Amazônia em seu território estava agendada para 21 de maio. Com a pandemia, o encontro foi cancelado.
O Parlamento Amazônico
Em 1989 foi criado o Parlamento Amazônico, que envolve oito países (Brasil, Bolívia, Colombia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) ligados à região da Amazônia, no norte do País. Mas, há pelo menos cinco anos, o Parlamaz está desativado. Mesmo não sendo parlamentar da região norte, o senador Nelsinho Trad foi convocado por embaixadores dos países que têm a Floresta Amazônica em seu território num encontro do fim do ano passado para batalhar por essa causa. “Precisamos ter esse grupo para garantir a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável do bioma amazônico. Os problemas de lá são parecidos com o do meu Estado, que tem o Pantanal, e enfrenta o desmatamento, as queimadas”, explicou o senador.
A partir desse encontro, o senador vem articulando a ideia, convencido de que é preciso preservar o território amazônico e mudar a visão dos europeus sobre o Brasil. “Há uma péssima imagem do Brasil. Eles se sentem mesmo um pouco detentores da Amazônia, por defenderem ser o pulmão do mundo”, disse o senador, completando que a proposta já foi encaminhada ao Palácio do Planalto.
“Em março havia reunião agendada o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que passou a ser o responsável no governo pela comunicação de assuntos relacionados à Amazônia. Mas com a eclosão da pandemia, tudo foi adiado”, destacou o senador.