Com apoio da Frente Parlamentar de Medicina, o parlamentar médico sul-mato-grossense defendeu a necessidade de se conscientizar mais sobre os cuidados com os pequenos que têm esse tipo de procedimento cirúrgico
O senador Nelsinho Trad (PSD/MS) apresentou o relatório do Projeto de Lei, de número 5.514/2019, de autoria do deputado Doutor Zacharias Calil, que propõe o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada em 18 de fevereiro. Os senadores aprovaram a proposta em votação simbólica e segue para sanção presidencial.
De acordo com o senador Nelsinho Trad, a traqueostomia (TQT) em crianças é um procedimento cirúrgico delicado, em que a parede anterior da traqueia é aberta e, consequentemente, sua exposição ao meio externo.
A TQT é uma alternativa à respiração para quando o paciente não consegue realizá-la pelas vias aéreas e indicada quando há acúmulo de secreção traqueal, inativação da musculatura respiratória ou para promover uma via aérea estável em pacientes com intubação traqueal prolongada. “Agora na pandemia, o procedimento se tornou comum entre internados nas UTIs, mas no caso de uma criança, a chance de morte é duas vezes maior”, disse.
A traqueostomia pode ser realizada em crianças de qualquer faixa etária, inclusive em lactantes menores de um ano. O aumento da traqueostomia nessa faixa etária está relacionado à maior sobrevida de recém-nascidos prematuros e daqueles que requerem ventilação prolongada. Em relação aos cuidados e suas consequências, precisam de padronização. Por esse motivo, a justificativa para a data de conscientização sobre o assunto.
“Também gera um trauma fora do normal e nós precisamos ter uma data para levar à consciência da população do que representa isso, para que essas crianças não possam ser marginalizadas e afastadas do seio da sociedade. Deve-se, sim, incluí-las da forma mais natural possível,” defendeu o senador Nelsinho Trad.
A escolha da data, 18 de fevereiro, refere-se à definição do Primeiro Consenso e Recomendações Nacionais em Crianças Traqueostomizadas, em 2017, pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Célvico-Facial e pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Esse consenso estipulou recomendações nacionais sobre os cuidados e condutas diante das crianças traqueostomizadas.