O presidente do Parlamento Amazônico, senador Nelsinho Trad (PSD/MS), promoveu, na tarde desta quinta-feira (16), debate sobre os preparativos para a COP-26. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26) será realizada entre 31 de outubro e 12 de novembro na Escócia.
A expectativa é alcançar um acordo que se desdobre em objetivos e metas para todos os países, além de ações globais de mitigação e adaptação, financiamento e colaboração internacional.
Na perspectiva do Parlamaz como espaço de cooperação e de exercício da diplomacia parlamentar em prol da Amazônia, o presidente do colegiado explicou que “é preciso nos apropriarmos sobre o que está em jogo na negociação global e, assim, avançarmos com uma declaração, um posicionamento político do nosso Parlamento”.
Além dos parlamentares de oito países que integram a região amazônica, participaram das discussões a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira e a secretária-geral além do diretor executivo da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, María Alexandra Moreira López e o embaixador Carlos Alfredo Lazary Teixeira, respectivamente.
Izabella Teixeira, hoje, é conselheira do Núcleo de Meio Ambiente e Mudança do Clima do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e foi a primeira dos convidados a falar.
A ex-ministra destacou a importância da bioeconomia e do investimento necessário na indústria 4.0. Falou ainda sobre a relevância do Parlamento Amazônico na formulação das agendas relacionadas à proteção da floresta com inclusão social. “Nós estamos já vivendo os impactos da alteração da temperatura do planeta em torno de 1.2 graus centígrados. Nós não vamos esperar 2030, 2050, para sofrer os efeitos, isso já está acontecendo e o relatório do IPCC divulgado no início de agosto revela, claramente, que nós vamos viver já situações consolidadas, eventos extremos consolidados.” O último relatório do painel, divulgado em agosto, foi classificado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como “um código vermelho para a humanidade”.
A secretária-geral da OTCA, María Alexandra Moreira López, também citou um painel científico com a participação de 200 especialistas que deve apresentar resultados, em breve, à OTCA. “Considero que vai ser muito interessante para as negociações da COP 26. E esse painel está produzindo um informe científico e exclusivo para e da região amazônica com questões de diversidade e economia da floresta. Considero que também será um elemento para que se possa trabalhar com dados específicos, científicos e técnicos que possam respaldar as propostas que todos vocês vão levar”.
Já o embaixador e diretor-executivo da OTCA, Carlos Alfredo Lazary Teixeira, enalteceu a importância da cooperação entre os países integrantes do Parlamaz e a contribuição do senador Nelsinho Trad.
“Eu queria, senador, não deixar de agradecer a sua liderança e a liderança dos congressistas presentes no trabalho de reativação do Parlamento Amazônico. (…) A Amazônia exige políticas de Estado e não se fazem políticas de Estado sem o concurso dos Parlamentos, dos Congressos. E por isso que nós, da OTCA, saudamos, desde o princípio, a sua disposição com uma visão histórica e estratégica de lançar, relançar, o Parlamento Amazônico,” concluiu.
O Parlamaz deve se reunir, novamente, em outubro e o senador Nelsinho Trad anunciou que vai convidar o vice-presidente da República do Brasil, general Hamilton Mourão para a próxima assembleia. Hamilton Mourão também lidera o Conselho Nacional da Amazônia Legal e, recentemente, promoveu uma missão diplomática à Amazônia Oriental.
Essa foi a segunda missão em que o senador Nelsinho Trad esteve presente. O também presidente do Parlamaz afirmou: “Pudemos vivenciar projetos de relevância no campo da energia, na usina de Belo Monte, no campo da economia local, em uma fábrica de produção de cacau e foi muito proveitosa a visita, que contou com nove embaixadores estrangeiros. Isso, para nós, faz com que a gente mostre uma realidade do que realmente está acontecendo na Amazônia para não prejudicar nossos acordos, nossas tratativas internacionais”.